livro O Cadáver que Ri

de Laurell K. Hamilton, ed. Rocco

"Deixei que a médica me conduzisse. As lágrimas descendo por minhas bochechas. Eu não estava chorando, meus olhos estavam vazando. Meus olhos vazavam porque havia pedaços de zumbi por cima de todos os meus brinquedos. Jesus."

A caçadora de vampiros e ressuscitadora de mortos Anita Blake está de volta em O cadáver que ri, de Laurell K. Hamilton. No segundo livro da série, iniciada com Prazeres malditos, ela terá que ajudar a polícia de Saint Louis a deter uma criatura misteriosa e sedenta de sangue, que invade casas e devora famílias inteiras. Paralelamente, precisará usar o máximo de suas habilidades para escapar de uma poderosa sacerdotisa vodu e de um milionário vingativo. A sensual protagonista criada por Hamilton, principal nome da literatura gótica e sobrenatural da atualidade, já seduziu mais de seis milhões de fãs em todo o mundo, foi traduzida para 16 países e ganhou adaptação para o formato graphic novel pela principal editora de quadrinhos do mundo, a Marvel Comics.
Logo no início da trama, Anita e seu chefe, Bert Vaughn, visitam Harold Gaynor, um cliente em potencial da Ressuscitadores, Inc., empresa de Bert. Ladeado por seguranças, Gaynor – um milionário paraplégico – oferece uma alta quantia em dinheiro para que Anita traga de volta um cadáver de 283 anos. Ao saber a idade do corpo, ela recusa o serviço: para funcionar, o ritual exigiria um assassinato, já que somente um sacrifício humano poderia ressuscitar alguém morto há tanto tempo.
Ainda sob o impacto do pedido de Gaynor, Anita recebe um telefonema de Dolph Storr, detetive responsável pela mais nova divisão policial, a Equipe Regional de Investigação do Sobrenatural. A presença da ressuscitadora é necessária em uma cena de crime, a fim de ajudar a identificar a criatura responsável pelas mortes. Depois de dar uma olhada no que sobrou das vítimas, a jovem conclui que se trata de um zumbi.
Para colaborar com a investigação da polícia, Anita pede a Manny Rodriguez, seu colega de trabalho na Ressuscitadores, Inc., que a leve até a casa de Dominga Salvador, a sacerdotisa vodu mais poderosa que ela já conhecera. Em um encontro tenso, Anita acaba despertando a raiva de Dominga, que promete lhe dar uma lição em breve. Enquanto isso, Gaynor coloca seus seguranças atrás da ressuscitadora, com a ideia de forçá-la a trabalhar para ele.
Como se não bastassem Gaynor e Dominga em seu encalço, Anita ainda precisa lidar com Jean-Claude, o mestre dos vampiros de Saint Louis, que a deseja como serviçal humana. Em uma obra repleta de ação, entremeada por violência e sangue, Laurell K. Hamilton envolve os leitores em uma teia de mistério, que prende a atenção com tanta habilidade que é difícil escapar da tentação de ler todas as páginas de uma só vez.

Depois de ajudar o Vampiro Mestre da cidade a encontrar um assassino de vampiros em Prazeres Malditos; Anita se depara com um zumbi carnívoro, uma sacerdotisa vodu que exige faze-la sua parceira nos negócios e um milionário que a obriga a ressuscitar um cadáver de quase 300 anos.

Uma história cheia de zumbis só pode prometer uma coisa. Muito sangue.

É divertido ver as coisas pelo ponto de vista da Anita; fazendo piada de tudo, até dela mesma.
O sarcasmo é um dos pontos fortes da protagonista; assim como sua mania de enfrentar todo mundo, mesmo quando está se borrando de medo.

Como no primeiro livro, o mistério do livro não é dos mais... misteriosos. Você percebe logo o que está acontecendo, mas... e daí? A história é muito mais profunda que isso. Não é apenas de uma investigação de assassinato que O Cadáver que Ri se trata. Nele, podemos ver Anita descobrindo coisas bizarras a respeito de si mesma, e também a evolução seu relacionamento com o novo Mestre da cidade (e rimos muito com isso). É divertido vê-lo tentando manipulá-la, quando, na verdade, ela é quem o controla.

A série é bem pequena, até agora foram laçados apenas 19 volumes. Espero que a editora Rocco acelere a publicação da série Anita Blake, caçadora de vampiros, porque, sem dúvida nenhuma desse tipo de vampiro, definitivamente, não estamos saturados.