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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

#livro 1808

Em minucioso trabalho de pesquisa, Laurentino Gomes conseguiu produzir o livro de não-ficção mais comentado de 2008. Liderando por diversas semanas a lista dos mais vendidos, 1808 conta a vinda da família real portuguesa para o Brasil, ocorrida no ano que dá título ao livro.
Com linguagem simples, procura traçar um perfil de D. João VI, sua esposa Carlota Joaquina, e demais figuras que transitavam por essa terra brasilis.
No início do século XIX, Portugal era um país decadente, atrasado e extramente religioso, sendo avesso à manifestações libertárias e de pequena população. Sua frota marítima já não chegava aos pés do que fora em tempos passados. O país não buscava a modernização de seus costumes e idéias, sentindo grandes dificuldades financeiras e demográficas. Como se percebe, estava na contramão da história, distante da revolução industrial que se iniciou na Inglaterra em 1770.
Não bastasse esse atraso com relação aos demais países europeus, tinha Napoleão em seus calcanhares, cuja invasão ao território português não tardaria. No entanto, matinha antiga e profícua ligação com a Inglaterra, inimiga dos franceses. Utilizando-se dessa amizade, a família real trocou a proteção da esquadra marinha inglesa pela abertura de seus portos intramarinos. Com isso, rumou ao Brasil fugindo das garras do imperador francês.
Fato interessante e que é abordado no livro, se refere a ausência de hospedagem para a Família Real e sua comitiva ao chegarem no Brasil. Não tardou para que fossem requisitadas pela nobreza diversas casas, as melhores, que eram marcadas com as letras “PR” correspondentes a “Príncipe Regente”, mas que eram interpretadas pela população como “ponha-se na rua”. No entanto, as pessoas que se curvavam e bajulavam a monarquia eram agraciadas com títulos de nobreza, proliferando-se marqueses, condes, viscondes e barões. Chegou, inclusive, a existir a chamada “lista de subscrições”, onde poderosos da colônia assinavam colocando-se à disposição da corte em troca de “rápidas e generosas vantagens.” Como se percebe, essa prática não mudou muito de lá para cá, mas hoje são distribuídas concessões de TV e rádio entre outros privilégios.

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

#livro 1808

Postado por Vanessa Almeida às 15:16
Em minucioso trabalho de pesquisa, Laurentino Gomes conseguiu produzir o livro de não-ficção mais comentado de 2008. Liderando por diversas semanas a lista dos mais vendidos, 1808 conta a vinda da família real portuguesa para o Brasil, ocorrida no ano que dá título ao livro.
Com linguagem simples, procura traçar um perfil de D. João VI, sua esposa Carlota Joaquina, e demais figuras que transitavam por essa terra brasilis.
No início do século XIX, Portugal era um país decadente, atrasado e extramente religioso, sendo avesso à manifestações libertárias e de pequena população. Sua frota marítima já não chegava aos pés do que fora em tempos passados. O país não buscava a modernização de seus costumes e idéias, sentindo grandes dificuldades financeiras e demográficas. Como se percebe, estava na contramão da história, distante da revolução industrial que se iniciou na Inglaterra em 1770.
Não bastasse esse atraso com relação aos demais países europeus, tinha Napoleão em seus calcanhares, cuja invasão ao território português não tardaria. No entanto, matinha antiga e profícua ligação com a Inglaterra, inimiga dos franceses. Utilizando-se dessa amizade, a família real trocou a proteção da esquadra marinha inglesa pela abertura de seus portos intramarinos. Com isso, rumou ao Brasil fugindo das garras do imperador francês.
Fato interessante e que é abordado no livro, se refere a ausência de hospedagem para a Família Real e sua comitiva ao chegarem no Brasil. Não tardou para que fossem requisitadas pela nobreza diversas casas, as melhores, que eram marcadas com as letras “PR” correspondentes a “Príncipe Regente”, mas que eram interpretadas pela população como “ponha-se na rua”. No entanto, as pessoas que se curvavam e bajulavam a monarquia eram agraciadas com títulos de nobreza, proliferando-se marqueses, condes, viscondes e barões. Chegou, inclusive, a existir a chamada “lista de subscrições”, onde poderosos da colônia assinavam colocando-se à disposição da corte em troca de “rápidas e generosas vantagens.” Como se percebe, essa prática não mudou muito de lá para cá, mas hoje são distribuídas concessões de TV e rádio entre outros privilégios.

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