1- Como surgiu a ideia da Irmandade da Rosa Branca?
Tudo começou em uma viagem para Buenos Aires. No passeio fui conhecer a Recoleta (um dos bairros nobres da cidade) e fazia parte deste passeio visitar o túmulo de Eva Perón. Ao chegar ao local (que por sinal um dos túmulos mais visitados e repletos de flores) foi quando me deparei com uma rosa branca, com um laço azul pregado com um percevejo pouco abaixo das sépalas colocada em um local discreto e ao mesmo tempo único.
A partir daí, a trama como um relâmpago surgiu em minha mente, só que ainda não estava bem nítida.
Sempre tive vontade de escrever um romance misturando fatos místicos com suspense e ficção. Estava em uma aula de pós-graduação, quando instantaneamente vi o livro diante de meus olhos, como num filme... Aí foi só fazer o esboço e começar a trabalhar. Evitei fazer um livro extenso, com pensamentos de personagens. Queria algo que fizesse com que o leitor ficasse preso na trama do inicio ao fim.
2- Por que escolheu logo a Argentina para a primeira parte da trilogia?
O cenário era perfeito para desenvolver a história. As ilhas do delta tigre, a casa rosada e o tango. Tudo se encaixava com uma precisão absoluta. Mas claro Nicolas é brasileiro e não abre mão de suas raizes... rs.
3- Para compor a personalidade dos personagens, você se inspirou em alguém conhecido?
Não foi fácil desenvolver a personalidade de cada personagem, em especial do protagonista. Nicolas tem um instinto investigativo, mas diferentemente de James Bond, ele não mata. Apenas quer desvendar o mistério, capaz de ir até as últimas consequências para fazê-lo e é neste ponto que a sua genialidade se destaca. Por outro lado tem uma personalidade fragilizada a procura do grande e verdadeiro amor e uma carência familiar. Os demais personagens tiveram a personalidade trabalhada de acordo com o desencadear da história.
4- Nicolas Flynth é paulista, no inicio do livro ele passa as férias em Brotas. Algum motivo especial para escolher esses lugares aqui no Brasil para ambientar parte da historia?
O Brasil tem lindos cenários para se desenvolver uma história. Temos excelentes polos tecnológicos, isso sem contar as belas paisagens naturais de nosso país. Recentemente acabei de concluir um novo livro (não é a continuação da trilogia do Enigma do Fogo Sagrado), e uso uma das cidades do interior do Estado de SP como Cenário. Almejo mostrar aos leitores, em especial os internacionais, que no Brasil não é só carnaval, futebol, aldeias indígenas e aglomerados populacionais. É um país maravilhoso; repleto de cultura, ciência e tecnologia no meio das grandes capitais. Brotas e Itapeva são cidades especiais que marcaram minha vida, motivo pela qual quis dar um destaque especial homenageando-as na trama.
5- Quanto tempo levou desde o surgimento da ideia até ter o livro em mãos?
Escrever um livro e vê-lo publicado demora muito mais do que uma gestação.
Sou médico, professor e escritor. Minha vida é uma eterna correria. O Enigma do Fogo Sagrado levou aproximadamente dois anos para sair do papel e ganhar a forma de livro. Só que venho me dedicando um pouco mais a escrita, e em seis meses já escrevi outro livro (aguardando aprovação da editora) bem como já estou na metade do livro II do Enigma do Fogo Sagrado.
6- Em algum momento durante o processo de criação do livro você pensou em desistir?
Foi pior... Não foi no momento de criação do livro. Foi depois do livro pronto...
Ser escritor no Brasil não é fácil. É difícil de encontrar uma editora que acredite no autor. Cheguei até mesmo a desistir, mas o destino atua de forma misteriosa em nossas vidas... Quando jurei que não escreveria mais, uma carta de um fã (que por sinal a tenho guardada com muito carinho) me deu vida novamente. Esse fã tinha razão, e eu não poderia desistir... Hoje leio os comentários nos blogs sobre as resenhas de meu livro e nessas horas sinto muito orgulho em ser escritor.
7- Você acha que o autor brasileiro é devidamente valorizado aqui no Brasil?
Acredito que esse cenário ainda mude, mas é fato. As editoras são empresas e querem lucrar com autores de Best Sellers – venda garantida.
Poucas são as editoras que se arriscam a investir em um autor desconhecido, e quando o fazem, muitas vezes retrocedem por se sentir sem perspectiva. Temos excelentes autores com ótimos livros guardados no “cemitério da gaveta”, esperando por uma chance , só que muitas vezes acabam desistindo.
8- As parcerias que tem feito com os blogs tem trazido algum retorno para você?
Estou adorando o trabalho dos blogs na divulgação de meu trabalho. Isso me forçou a construir meu blog (hmsfenix.blogspot.com) e o mais belo de tudo é que estão surgindo ótimas amizades através destas parcerias, não só com os autores dos blogs, mas também com os fãs em geral.
Penso que as relações de amizade, carinho e respeito mútuo, que cativamos em nossa vida é o nossa maior tesouro e isso não tem preço.
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